:: MASHUP Brasil ::

Mashup é o apelido dado ao ciclo copiar (ctrl+c) e colar (ctrl+v). Recomposição da composição aplicada em todas as formas de arte. Na música é a mistura de duas ou mais músicas pré-gravadas, geralmente sobrepondo a faixa vocal de uma música perfeitamente sincronizada sobre a faixa instrumental de outra. Na medida em que tais obras se transformam em algo diferente a partir de um conteúdo original eles podem encontrar proteção nos direitos autorais

Na matéria da página 6, «troque escutar por ouvir», ressalta que a primeira forma de se levar música dos outros para dentro de casa era o vinil. Depois da roda veio à carroça, tendo várias músicas em casa com duas vitrolas para tocá-las por que não uni-las sequencialmente sem pausa? O primeiro Dj brasileiro Seu Osvaldo começou tocando nos intervalos dos bailes dos anos sessenta e não queria que o silêncio dominasse os segundos quando fosse trocar a música ou vinil. Pegou duas vitrolas e fez uma mesa misturadora, naquela época Seu Osvaldo trabalhava na Philco e manjava de eletrônica. O mixer, dispositivo eletrônico que permite misturar o sinal de áudio de duas vitrolas, fez mais auê do que as orquestras que tocavam nos bailes. A roda naquela época era o vinil e hoje são os zeros e uns.

Mashup é a velha nova arte de se influenciar, na música criou-se uma nova forma de mixagem que ainda é dominada por aqueles que estudam e torram tempo em cima de programas de áudio e fundamentalmente de escutar música. Além de saber mexer nos variados programas e equipamentos é preciso conhecer e escutar muita música. Só assim é possível saber que a música Nordestinados da Orquestra Armorial casa perfeitamente com Coco Dub do Chico Science e Nação Zumbi. Você pode escutar este mashup no site soundcloud.com/victorhugomafra.








Escute os Mashup feitos por brasileiros e de músicas brasileira no grupo do SoundCloud:
http://soundcloud.com/groups/mashup-brasil

:: Papo MACACO #04 ::


Após ler Antropologia das Emoções de Claudia Barcellos Rezende e Maria Claudia Coelho da série livro de bolso da FGV tive vontade de expressar minhas condolências. O Livro possui quatro capítulos, e neste texto expresso um resumo de cada um. Faço questão de agregar conclusões tiradas em debates com colegas para o PAPO MACACO. Houve um espanto da minha parte de como as conclusões e certezas desenvolvidas nos debates antecipariam a bibliografia que estava por ler, ainda mais a afinidade nas conclusões contidas na mesma. Em todo final da sessão do PAPO MACACO fica:  “Se questionar é o caralho!! Viva a ignorância!”

Emoções: Biológicas ou culturais?
“A capacidade de sentir emoções resultaria do equipamento biológico e psicológico inerente à espécie humana e seria, portanto, universal.”
A cognição gerada pela comunicação nos primórdios do homo sapiens deu o start para criação de partições no cérebro humano. Foi necessário gerar uma eficaz demonstração de reações através do corpo. A tarefa de processar as informações e expressa-las gerou reconhecimento do sentir. Dos mais de cem mil anos da espécie homo sapiens as emoções primordiais trabalhavam a mercê do instinto. O medo como um dos principais sentimentos se situa na base primária do cérebro. A raiva teve uma grande evolução até o ponto de ser controlada. Usada em animais instintivos como lobo quando demonstra agressividade ao defender a prole, presa ou território. A humilhação potencializa a ira, a raiva. Um lobo, quando subjugado pelo líder da matilha, não se sente humilhado. Já um ser humano quando humilhado, tende prontamente obter de volta o seu conforto emocional até as ultimas conseqüências se essencial achar. As emoções são dispositivos evolutivos criados por uma espécie vigente no seu habitat que chegou ao patamar de ser controlado por tal.

Emoções: individuais ou sociais?
“... a emoção é entendida, no senso comum das sociedades modernas complexas ocidentais, como algo que diz respeito à singularidade psicológica do sujeito, o que a tornaria portanto refratária a condicionamentos de natureza sociocultural.”
Sobre a cultura ocidental pode-se dizer que as emoções passam a ser tomadas como um idioma que define e negocia as relações sociais. Porém não existe só o ocidente, um exemplo presente no livro; a antropóloga americana Laura Bohannan conta a história de Hamlet para uma tribo africana. Uma das pindimbas foi que os africanos não acreditaram na aparição do fantasma do pai a Hamlet: "O que é um 'fantasma'? Afinal, pessoas mortas não falam, não têm materialidade. Só pode ser um agouro, enviado por um feiticeiro, ou um zumbi." Sendo assim Hamlet se passa de besta.
As emoções nas questões biológicas sofrem o mesmo processo evolutivo que o corpo, um egípcio no tempo de Tutancâmon possuía o mesmo "setup" de emoções de um nos dias de hoje. O que difere é o sistema social, a cultura vigente. Cada individuo gera sua própria resposta aos estímulos moldados pela vivência a um regime social. As emoções são individuais porém regradas pelo sistema social e mais discernidas pelos contextos sociais.

A micro política das emoções
“... seu potencial para dramatizar/alterar/reforçar a dimensão macrossocial em que as emoções são suscitadas e vivenciadas.”
Toda a experiência humana é passada de geração a geração. Para senso comum a cultura ocidental é tida como a cultura mais desenvolvida.  Em qualquer sistema social há de haver indivíduos que se questionem em busca do entendimento ou verdade, e onde há maior liberdade e necessidade dessa busca é na cultura ocidental. De fato essa cultura não tem discernimento sobre qual seria o uso atual das emoções, e tenta entender questionando como o ser humano vivia as emoções no passado. A análise que o ser humano faz de si e seu ambiente é sempre tardia, se os atos de Alexandre O Grande, Napoleão ou Hitler fossem deduzidos pelo povo, assim dizendo, não haveriam tantos. E foram as emoções elevadas de um individuo que manipularam as emoções de milhares.

As emoções nas sociedades ocidentais modernas
“... uma sociedade intimista que passou a subjugar a experiência da vida em público ao seu significado subjetivo para o individuo.”
O bom das sociedades ocidentais modernas é a autenticidade do individuo, a espontaneidade, o uso e consequência das emoções. Existe sim uma “etiqueta”, mas o ser humano é mais confiável quando não passa suas emoções por filtros. Existe a premissa da valorização do outro, da vida, onde o exercício de controle das emoções se faz presente. Não tendo como regulador os parâmetros religiosos ou qualquer outro tipo de dogma, tem-se apenas o ser humano com o entendimento e regulação de suas emoções, que é a grande questão evolutiva da espécie humana.

Conclusão
O ser humano antes de tudo é um animal que desenvolveu meios de compreender e sentir o seu ambiente. Passadas as faces de crer no imaginário agora está voltando atenção a quem realmente importa, a si próprio. É um processo evolutivo que tem uma finalidade. As emoções não foram desenvolvidas para devaneio/prazer de uma espécie, e sim como processo evolutivo para sobrepujar sua própria natureza removendo-o dessa cadeia e respondendo assim o questionamento, e portanto sua finalidade.

Papo Macaco também está no Fanzine Tralha Malocada:

:: Papo MACACO #05 ::

Desenhado por Jason Seller
A cascata tecnológica vai um dia permitir o inimaginável. O direito, o patrimônio da arte está sendo descascado. Transição do que era original imaculado e orgânico para a reciclagem e questionamento da arte. A resposta do porquê o homem criou a arte contém três letras e, g e o. Toda forma de arte é feita para exteriorizar, cultivar e explorar o eu. Aglomerados egocêntricos escolhem suas representações, cada movimento artístico, tendência, surge para diferenciar um resumo de gostos e similaridades. Tudo é a mesma coisa, só a ilusão que não. Arte como devaneio depois da descoberta. Arte sem O divino apenas como sensação. O último movimento intelectual será matar as emoções e junto com ela a arte e O divino. A arte é usada como remédio para o homem. Separe o eu do ego para notar que o ‘fazer arte’ alimenta o ego que realimenta o eu. Tão somente dessa forma o homem atual consegue suportar sua existência. Retire as emoções do homem e a arte morre, porém surge o ‘super-homem’*.

* O Super-Homem de Nietzsche

Papo Macaco#01
Papo Macaco#02
Papo Macaco#03
Papo Macaco#04


:: Boca fechada não entra mosquito ::



No final o facebook ou qualquer outra rede social é apenas um palco para motivos egocêntricos. Nada de mal em exercitar o ego, mas ao se perguntar por qual motivo se usa a rede social e um silêncio surgir... Ache um. Todas aquelas balelas psicológicas sobre o botão curtir, caso não saiba já foram discutidas fora e dentro do facebook, mas como todos os assuntos no face são tão superficiais quanto as notícias do Vídeo Show, o assunto passou desapercebido. Já viu algum protesto do facebook dar algum tipo de resultado? Dado o direto de “achar”, muitos acham que postando fotos ou comentários contra o aumento do preço da passagem de ônibus ou barca algo irá mudar. Papo de doidão pra quem não sabe é aquela conversa de bêbado onde promessas são feitas e realizações alcançadas, porém tudo se vai com o sono (desmaio) e pela urina de manhã. Facebook é papo de doidão virtual, o esquecimento vem com o contínuo postar e nem linha do tempo segura.

Dizer que você está indignado, feliz, de luto ou apaixonado só é válido pra quem quer essa informação. Das mais variadas informações as relevantes são se você mora sozinha(o), em casa ou apartamento, qual é vossa condição financeira e se você está ou não em casa. Brincadeiras reais/catalíticas a parte, se tu não és um atiçador cultural, artista, aquela gostosa do bairro ou está vendendo algo em promoção, saiba ao menos que para uma pessoa você não fede nem cheira.

Se postas o que tu gostas apenas como demonstração do seu ser é totalmente compreensível e válido, assim fica fácil outras pessoas detestarem ou curtirem vossa persona. Agora se ficas no desespero postando pra ver o globinho azul ficar vermelho e cheio de numerozinhos, é melhor sair de tanguinha pela rua. 

Aos que defendem religiosamente o facebook se este texto tivesse um botão caguei, não consigo nem imaginar,  a quantidade estaria quase igual às besteiras que aparecem no facebook. Este texto e o facebook são lugares de piadas e sátiras. Porém, no face a opinião já está lá basta clicar em compartilhar caso esteja sem. Neste FaceZine ao menos você leu o texto, cagou ou curtiu, e ainda assim está processando (com chances de um dia concluir algo). No face a convergência de opiniões atinge primeiramente aos que não as têm, em seguida aos que fazem uso da rede social apenas para distração e se deixam levar. Nada melhor do que se deixar levar por risos e distração, se é que você me entende, entende? 

Talvez já tenha até compartilhado foto de pessoas desaparecidas ou procuradas por alguma atrocidade com gatos (especificamente). Agora, você já viu alguma foto ou texto compartilhado dizendo que a pessoa procurada foi achada? Chega de falar mal das redes sociais, pois faço uso delas e não quero ser deletado da novela das nove.

Está sem opinião!? Compartilhe essa!!